Proteção de dados: o que significa isto?

Proteção de dados: o que significa isto?

O ano ainda está no começo, mas já enfrentamos duas falhas gigantescas na proteção de dados dos brasileiros, que resultaram em mega vazamentos de informações como CPF, dados bancários, números de telefone e até de cartões de crédito de milhões de pessoas. Na era digital, fornecemos informações pessoais a todo momento. Ao criar um perfil em qualquer rede social estamos trocando informações, autorizando conexões e expondo nossos dados de muitas formas. Não faltam motivos para nos preocuparmos com a forma como as empresas gerenciam essas informações ou com o uso indevido desses dados por parte de golpistas e falsários que constantemente tentam capturar essas informações. Mas como nos proteger da falta de privacidade e garantir a proteção de nossos dados pessoais no mundo virtual?

Diferença entre privacidade e proteção de dados.

Antes de tudo é preciso entender a diferença entre privacidade e proteção de dados. O direito à privacidade está previsto até na Constituição. Por isso, as correspondências e as comunicações, por exemplo, são invioláveis, pois dizem respeito à vida privada de cada pessoa, e ela é que deve decidir o que deseja ou não expor sobre si. Mas embora, no mundo digital, seja comum associarmos a privacidade à proteção de dados, os dois conceitos são coisas diferentes.

A proteção de dados se concentra na segurança dessas informações contra roubos e violações. Enquanto a privacidade apenas administra a forma como os dados estão sendo coletados, compartilhados e usados. Assim, concordar com aqueles termos da política de privacidade, que alguns sites apresentam quando coletam nossas informações pessoais, não garante que esses dados estarão protegidos.

O que são os dados?

A melhor forma de garantir a proteção de dados pessoais é conhecer como funciona a coleta dessas informações e saber os meios de utilizá-la com segurança.

É bom saber que nem todo dado é automaticamente uma informação. Ele pode ser apenas parte dela: uma palavra, um número ou uma imagem. Só quando o dado é processado, convertido em formato que lhe permita ser transmitido entre dispositivos e interpretado, ele passa a ser uma informação. 

Há duas maneiras de nossos dados ficarem registrados na internet: a voluntária e a involuntária. Os dados voluntários são aqueles que o próprio usuário publica e fornece, seja um cadastro em site, um comentário em um vídeo, opiniões e informações em redes sociais.

Já os involuntários são um conjunto de dados pessoais armazenados pelos equipamentos e serviços, que fazem a mediação com o ambiente digital, coletando informações, sem nem percebermos, através de cookies, histórico de navegação, buscas, dados de acesso, senhas, logins etc. 

Como proteger seus dados.

Ao mesmo tempo em que nossa vida se tornou cada vez mais digital, com troca de dados e a realização de operações online o tempo todo, também aumentou consideravelmente os riscos à segurança desses dados, sejam de empresas ou de pessoas físicas. O armazenamento de dados na nuvem também gera uma maior preocupação quanto ao vazamento e roubo dessas informações. É sempre bom ter em mente que não há nenhum produto, app ou equipamento que possa impedir totalmente as violações ou o vazamento de dados. O que funciona mesmo, é a adoção de boas práticas por parte dos usuários, que incluem ações básicas de segurança bem fáceis de serem incorporadas ao nosso comportamento no mundo digital, seja no uso do computador pessoal ou do smartphone:

Criar senhas fortes

Evite senhas óbvias, com repetição de caracteres ou que estejam relacionadas a dados pessoais como datas de aniversário. Crie senhas que misturem números, letras maiúsculas, minúsculas e caracteres especiais.

Mudar as suas senhas periodicamente.

Embora dê algum trabalho e seja incômodo ter que decorar novas combinações, trocar as senhas de tempos em tempos é uma medida muito importante. 

Evitar usar a mesma senha em tudo.

Para cada site ou serviço, use uma senha diferente. Sim, é difícil lembrar todas, então vale usar aplicativos para guardá-las.

Usar e-mails criptografados.

A criptografia codifica a informação, convertendo o texto original em uma cifra. Assim só o emissor e receptor daquela mensagem conseguem decifrá-la.

Não fornecer informações desnecessárias

Hoje em dia, inúmeros sites oferecem descontos, e-books, ofertas e outros benefícios em troca de alguns dados pessoais. Cuidado ao trocar suas informações por essas vantagens.

Em resumo, nossas informações pessoais viraram uma moeda de troca com a qual compramos acesso a serviços, redes sociais e sites, pois nada é realmente de graça. Por isso, a melhor proteção de dados quem pode fazer é o próprio usuário, tendo cuidado com o que divulga sobre si e em que ambientes digitais ele confia essas informações. Com essa precaução, seus dados ficarão menos vulneráveis.